“Barrinha e Julinho”: Uma amizade de mais de 30 anos que transcendeu o ecrã
O mundo da televisão portuguesa está de luto com a perda de António Barra, colaborador próximo e grande amigo de Júlio Isidro. O apresentador, profundamente emocionado, partilhou nas redes sociais a dor de perder o homem que descreveu como o seu “braço direito” em décadas de trabalho e amizade.
Júlio Isidro revelou que, nas noites de insónia, tinha sonhado com António Barra, consciente dos problemas de saúde que este enfrentava: coração frágil, rins debilitados, diabetes, e o peso dos seus 80 anos. “Tocou o telefone e era a São Barra a balbuciar que o António tinha sido internado, desta vez em situação limite”, desabafou. A notícia da morte foi um duro golpe para Júlio, que perdeu não apenas um colega, mas um amigo que chamava carinhosamente de “Barrinha”.
Mais do que um assistente de produção e realização, António Barra era descrito como o “eco ativo” das ideias criativas de Júlio Isidro. A amizade que os uniu durante mais de 30 anos foi marcada por harmonia e respeito mútuo. “Nunca tivemos uma troca de palavras agrestes. Estivemos sempre de acordo e assim trabalhámos mais de três décadas”, relembrou Júlio.
Júlio Isidro recordou com carinho momentos inesquecíveis ao lado de António Barra, desde programas de rádio até iniciativas inovadoras na televisão. “– Barrinha, tive uma ideia… Que tal fazermos um programa na praia com presentes enterrados na areia? – Julinho, vamos a isso”, exemplificou, ilustrando a cumplicidade entre ambos. A parceria era um jogo de equipa perfeito, onde um lançava a ideia e o outro executava com entusiasmo e dedicação.
Para além da colaboração profissional, António Barra cuidava até da saúde de Júlio Isidro, mostrando a dimensão pessoal e humana da relação. “Foi assistente, ator e até cuidador da minha saúde”, revelou o apresentador, sublinhando o impacto profundo que o amigo teve na sua vida.
Com a morte de António Barra, Júlio Isidro perde um parceiro que ajudou a moldar momentos icónicos da televisão portuguesa. A amizade que partilharam ficará na memória como um exemplo de respeito, criatividade e amor pela arte de comunicar. “Perdi um dos meus maiores amigos”, concluiu Júlio Isidro, deixando o país a refletir sobre a importância dos laços que ultrapassam o trabalho.